domingo, 13 de fevereiro de 2011

Eppur si muove (Affonso Romano de Sant'Anna)

 Não se pode calar um  homem
Tirem-lhe a voz, restará o nome.
Tirem-lhe o nome
e em nossa boca restará
a sua antiga fome.

Matar, sim, se pode.
Se pode matar um homem.
Mas sua voz, como os peixes,
nada contra a corrente
a procriar verdades novas
na direção contrária à foz.


Mente quem fala que quem cala consente.
Quem cala, às vezes, re-sente,
Por trás dos muros dos dentes, 
edifica-se um discurso tranparente.

Um homem não se cala
com um tiro ou mordaça. A ameaça
só faz falar nele
o que nele está latente.


Ninguém cala ninguém,
pois existe o inconsciente.
Só se deixa enganar assim
quem age medievalmente.

Como se faz para calar o vento
quando ele sopra
com a força do pensamento?
Não se pode cassar a palavra a um homem,
como se caçam às feras o pêlo e o chifre
na emboscada das savanas.
Não se pode, como a um pássaro,
aprisionar a voz humana
A gaiola só é prisão
para quem não entende
a liberdade do não.
Se a palavra é uma chave,
que fala de prisão, o silêncio
é uma ave- que canta na escuridão.


 
A ausência da voz
é, mesmo assim, um discurso.
É um rio vazio, cujas margens sem água
dão notícia de seu curso.

No princípio era o Verbo
- bem se pode interpretar:
no princípio era o Verbo
e o Verbo do silêncio
só fazia verberar.
Na verdade, na verdade vos digo:
mais perturbador que a fala do sábio
é seu sábio silêncio,
con-sentido.



O que fazer de um discurso interrompido?
Hibernou? Secou na boca, contido?
Ah, o silêncio é um discurso invertido,
modo de falar alto
- o proibido.

O silêncio
depois da fala
não é mais inteiro.
Passa a ter duplo sentido.
É como o fruto proibido, comido
não pela boca,
mas pela fome do ouvido.

Se um silêncio é demais,
quando é de dois, geminado,
mais que silêncio
- é perigo,
é uma forma de ruído.

Por isso que o silêncio
da consciência,
quando passa a ser ouvido
não é silêncio
- É estampido.

O intuito deste Texto é deixar bem claro que mesmo aparentemente parada estou constantemente em MOVIMENTO.  Me aguardem, pois

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

NOTAS E DIPLOMAS VALEM MAIS QUE CONVICÇÕES?

Há dias essa frase não sai da minha cabeça. Primeiro porque já havia escutado de algum@s amig@s que o terceiro semestre da faculdade é uma verdadeira prova de fogo onde você se entrega de vez ao curso que faz ou desiste logo e parte para outro. No entanto parece que essa prova de fogo veio com um semestre de antecedência, pelo menos para mim. Aulas monótonas, baseada em discursos lindos e práticas que se distanciam totalmente destes, além de uma turma que evidentemente está preocupada em se manter na faculdade alheia ao que ela representa de fato. Que para mim é aprendizagem como resultado das atuações.
Segundo porque bateu depressão e incerteza diante desses fatos. Surge então uma questão: SERÁ QUE ESCOLHI O CURSO CERTO?, pensei então em mudar para um curso que encontrasse uma galera mais politicamente ativa, mas daí veio a outra questão: VOCÊ VAI FAZER O CURSO PELA GALERA QUE ESTÁ AO LADO OU PELAS SUAS CONVICÇÕES?. Pronto refletindo cheguei a conclusão que prefiro as minhas convicções que são muito mais válidas que uma turma desunida e um SCORE elevado. 
Até por que o que fará de mim uma professora, diretora, coordenadora pedagógica, ou seja lá o que for de qualidade, tem a ver com as minhas atitudes e a forma como serão guiadas, que com certeza será proveniente de uma teoria a qual eu acredito e pratico, e não de discursos bonitos, e vazios na essência, para impressionar pais, alunos, professores e colegas.
Por conta dessas reflexões já estava avaliando o meu primeiro ano na UFBA como caótico. Achando a faculdade (desculpem o termo) uma merda, mas graças a JAH pude participar de um evento dentro da universidade (não foi na FACED, mas tudo bem!) no PAF 3 nos dias 13 e 14 de outubro de 2010 entitulado: "Rasuras: corpo, leitura e escrita" onde pude ouvir falas que trouxessem para meu esclarecimento e (in) formação novos conceitos, possibilidades e caminhos para mim introduzir de verdade nessa ACADEMIA que apesar de já fazer parte ainda não havia conseguido me encontrar e outro evento tão importante quanto, mas que infelzmente não pude participar por questões de saúde, foi o Triplo evento: IV Colóquio Internacional Saberes, Práticas, I Conferência Internacional de Africanidade e I Simpósio Internacional de Multirreferencialidade e Etnicidade que trouxe discurssões altamente pertinentes para a FACED no període de 25 a 29 de outubro. Por isso confesso feliz, que ter participado do 1° evento citado e saber que ocorreu dentro do espaço que acreditava estar alheio a  questões tão atuais e necessárias para o processo de formação dos educadores, valeu meu 1º ano na universidade, que como diz um amigo, é meu período de Caloura).

E para finalizar soube de uma demissão ao vivo, que serviu para me alertar que convicções sim valem mais que notas boas ou diplomas. Dá uma olhada e se inspira! 



quarta-feira, 13 de outubro de 2010

"A praxis Pedagógica presente e futura e os conceitos de verdade e realidade frente às crises do conhecimento científico no seculo XX" Maria Helena Bonilla


O texto mencionado no título desta postagem foi indicado para leitura na disciplina educação e tecnologia contemporânea. Nele a autora, também mencionada, dá início a temática discorrendo sobre as cosmovisões desde a sociedade medieval até a contemporânea relacionando-as com aprendizagem, conhecimento e comunidade.
É também apresentado ao leitor noções sobre realidade e verdade e a influência desses conceitos na Práxis Pedagógica (que muito resumidamente, é a colocação em prática das teorias). Durante essas “noções” Bonilla chama a atenção para a necessidade de encararmos o processo de aprendizagem como algo complexo e não limitado a verdadeiro e falso. Para isso são utilizados como referência autores como Teresinha Fróes Burnham, Serpa, Pierre Levy (que posteriormente farei um comentário sobre dois capítulos do livro de sua autoria Cibercultura), Edgard Morin entre outros.
De Teresinha, a autora traz como contribuição uma idéia de análise como acompanhamento de um processo que permite além da compreensão de determinado conteúdo (objeto), a assimilação como resultado de familiarização com este.

Ao ler  estes tópicos o que de imediato me veio em mente é a forma com que as escolas, na maior parte das vezes, se apresentam para os alunos atualmente: isolada da comunidade qual esta inserida. Uma vez que apesar de teoricamente compreender-se (a escola) como espaço de relações sociais e de interação com a comunidade que a cerca e os alunos que a sustentam. Ainda reproduzem métodos de ensino baseados em uma "cosmovisão medieval" que tinha como ideologia  "uma ordem atemporal (eterna), em que cada coisa tinha seu lugar natural. (...) Em consequência, a natureza, o homem e sociedade eram vistos como uma imagem da ordem eterna, sendo que a relação entre eles, as leis, a moral e a ética estavam apoiados na religião e na filosofia." (BONILLA, p. 77). Isto porque atualmente é notório que as instituições de ensino básico não dão espaço para participação do aluno na construção do conhecimento (cada um no seu quadrado, professor finge que ensina e aluno finge que aprende), se isolando em suas dependências como se não houvessem inovações fora delas e apesar de, algumas, serem laicas, prendem se a doutrinas religiosas para impedir a inserção de determinados temas no cotidiano escolar. 

Bonilla atribui a Práxis Pedagógica uma prática que na modernidade atua como reprodutora das realidades sociais, o que acarreta numa dissincronia entre espaço e usuário (escola, estudante, família, professores e comunidade) que tem por consequência uma crise institucional aliada a desinteresse e evasão por parte dos estudantes. Eu concordo plenamente com a autora quando ela trata da inserção das tecnologias no âmbito escolar como instrumentos de expressão, entendimento, questionamentos e aprendizagens e aproveito para SALIENTAR À TODAS (pessoas), PRINCIPALMENTE AS EDUCADORAS QUE LEM ESTE COMENTÁRIO, PARA INCENTIVAR O USO DAS NOVAS TECNOLOGIAS COMO ESPAÇO DE INTERAÇÃO E NÃO APENAS DE ABSORÇÃO.
O trecho do documentário "Pro dia Nascer Feliz" capta bem essa falta de interação ESCOLA X ALUNO. Se possível dá uma visualizada no trecho abaixo postado, comenta e se interessando baixa que vale a pena! Até a próxima.



sábado, 4 de setembro de 2010

Avanço Tecnológico x Irresponsabilidade Ambiental

Recentemente li uma matéria da revista INFO sobre o Raio X do notebook, falando sobre o processo de reciclagem desses equipamentos, e do alto grau de periculosidade e tecnologia utilizado no processo de reaproveiamento das peças.
O que me chamou mais atenção é o fato de existir equipamentos no mercado que utilizam essas peças reaproveitadas, no entanto isso não gera uma redução no preço dos produtos finais, como é o caso do notebook citado nesta matéria, de agosto de 2010, cujo preço é de nada mais, nada menos que (PASMEM) R$2099,00.



O que me leva a entender que as empresas que os fabricam, lucram duas vezes nesse processo. Já que o ato de reciclagem dos equipamentos velhos é uma prática de alto risco e que depende de equipamentos industrias, onde na maioria das vezes é fornecido por eles própios, e o produto oriundo dessa reciclagem é vendido para...
Vocês devem estar se perguntando onde entra a irresponsabilidade ambiental nessa história? Então, os fabricantes poderiam, mas não fazem, fabricar seus novos modelos baseados na tecnologia ECO, mas é muito mais vantajoso, para eles, vender por maior preço o reaproveitamento de peças "OUT-ECO" (inventei ese termo, eu acho). Daí a irresponsabilidade ambiental neste caso.

domingo, 22 de agosto de 2010

NÃO CREIO

Não creio na palavra
Dos homens que amam o poder
Não passam de impostores
Com ternos e gravatas
Que tenta nos impor, seu ponto de vista
EU DIGO NÃO
Enquanto o povo sofre de joelhos
Espera vir do céu azul a solução para os seus problemas
Melhor que ficar sentado de braços cruzados
È escrever, sua própia história.
Não creio na palavra.
 http://www.youtube.com/watch?v=PWiuRrIxX68


Coloco esta letra por que explica de maneira muito clara o nome do blog e porque a banda autora desta letra é composta por jovens que contribuiram para que eu pudesse ter uma visão mais crítica do mundo e saber a importância de conhecer a história e assumir uma postura de  filha da mãe África.
Outro motivo que levou a escolha de colocar o trabalho da banda LIBERTAI é por identificação de postura, pois os jovens que a compõe agem de forma coletiva, demonstrando que a música é utilizada como veículo de transformação e ação social e não para auto promoção, mesmo que parte deles tenham a música como meio de sustento em nenhum momento há uma sobreposição do ter ao ser. Prova disso é que as suas apresentações, na maior parte das vezes, são resultado de um trabalho social que tem como propósito promover a cultura da periferia feita pela própria, além de incentivar uma postura crítica e atuante nos espectadores dos shows.
Parece exagero? Mas não é.
Então até apróxima com novas postagens.Já tenho um email pra comentar com vcs falta apenas organizar as idéias e assim que ficarem prontas retornarei.
Ah! OBRIGADA LIBERTAI